A Unidade de Inserção na Vida Activa (UNIVA), igualmente designada de Clube de Emprego, situada em Câmara de Lobos há vários anos, fechou ontem temporariamente. Embora inicialmente estivesse previsto o encerramento definitivo, ao fim da tarde de ontem foi assegurado que aquela unidade voltará a abrir. Só não se sabe quando.
O encerramento é estranho, fundamentalmente por ser no município que apresenta maior número de jovens na Região e ser o terceiro concelho com mais homens e mulheres até aos 25 anos em situação de desempregados. Isto, segundo dados de Maio deste ano no sítio da Internet do Instituto Regional de Emprego (IRE).
A falta de acordo entre o IRE e a Câmara está na base do desentendimento que inviabiliza o projecto destinado a desempregados, especialmente os de longa duração e a jovens e adultos à procura de informação escolar/formação profissional.
A origem da discordância entre o IRE e a CMCL está na “nega” de Arlindo Gomes, presidente da autarquia, ao director do Centro Regional de Emprego. Numa reunião mantida recentemente, o presidente da Câmara disse ter sido “aventada a hipótese de abrir concurso público para uma oferta de emprego para uma animadora”, tornando assim possível a continuação da UNIVA. Arlindo Gomes explica agora que a parceria cinge-se apenas à cedência das instalações e que “o resto compete ao IRE”. Mas a verdade, se lermos o programa de candidatura, concluímos que a parceria vai mais além. Todavia, o autarca acrescenta: “Face à legislação em vigor, estamos limitados na admissão de pessoal”.
O presidente da Câmara confessou ainda ter dúvidas quanto ao sucesso prático da UNIVA de Câmara de Lobos. “Tenho muitas reservas e não sei mesmo qual a taxa de empregabilidade que foi conseguida através do clube”, afirmou.
Posição do IRE
O DIÁRIO tentou falar com o director do Centro de Emprego, Diamantino Rodrigues, mas por estar de férias, foi Sidónio Fernandes, presidente do IRE, quem aceitou falar. Fernandes refere que as unidades em causa “nascem através de entidades que se candidatam a tê-lo e não são obrigadas a renovar no ano seguinte”. No entanto diz não haver “drama algum no fecho”. As inscrições efectuadas até ao momento na UNIVA não se perdem ficando registadas no instituto.
