O desemprego registado na Região Autónoma da Madeira fixou-se em 16.514 inscritos no final do mês de Fevereiro de 2019. Traduzindo-se em menos 786 desempregados do que em Fevereiro de 2018 (-4,5%) e menos 3.584 do que em Fevereiro de 2017 (-17,8%), a verdade é que há nove anos que este segundo mês não tinha valores tão baixos. Aliás, Fevereiro de 2013 continua a figurar como aquele em que se atingiu o valor mais alto de sempre registado no desemprego, 24.976 pessoas.
Numa nota divulgada ontem, o Instituto de Emprego da Madeira salienta que “entre os inscritos no fim do ano contavam-se 1.343 candidatos provenientes da Venezuela, o que corresponde a mais 403 inscritos do que o número apurado no fim Fevereiro de 2018, ou seja, a um crescimento homólogo de 41%. Com 307 novas inscrições em 2019, o número de inscrições de oriundos da Venezuela mantém-se muito elevado, num valor médio de 165 inscrições por mês nos últimos 12 meses”, acrescenta.
Mais: “Observando um período mais alargado, constatamos que o mês de Fevereiro de 2019 apresenta o menor volume de desemprego registado desde 2011, e corresponde a menos 8.462 desempregados (-34%) do que o valor do mês de Fevereiro de 2013 (24.976), o mais elevado desde então”, destaca
“A diminuição do desemprego registado face ao mês homólogo de 2018, teve reflexo em quase todas as vertentes de caracterização, tendo sido mais intenso para os jovens com idade inferior a 25 anos (-9,2%), para os desempregados de longa duração (-10,1%). Esta diminuição foi também muito intensa para os que procuram o seu 1° emprego (-22,6%) e para os ex-trabalhadores do sector secundário (-21,3%), que inclui as actividades ligadas à indústria e construção civil”, aponta, em resumo.
Importa salientar ainda “a diminuição significativa dos inscritos com habilitações mais baixas, até ao nível do 2.° ciclo do ensino básico, o 6.° ano de escolaridade (12,0%)”, sendo que “alguns grupos de inscritos registaram um ligeiro agravamento face ao mês de Fevereiro de 2018, nomeadamente os desempregados com menos de 12 meses de inscrição (+1,7%), os extrabalhadores dos Serviços (+2,6%) e os que possuem habilitações ao nível do 9.° ano do ensino básico e do ensino secundário
(+3,9% e +3,5% respectivamente)”.
Por fim, em termos de grupos profissionais destaca-se “a redução muito significativa face ao mês homólogo dos trabalhadores qualificados da construção e similares, excepto electricista (-473 inscritos, -41,7%) e trabalhadores não qualificados da indústria ex tractiva, construção, indústria transformadora e transportes (182 inscritos; -19,8%)”, conclui.
A ritmo inferior ao país
Nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, estavam inscritos 342.702 indivíduos desempregados, número que representa 67,9% de um total de 504.886 pedidos de emprego.
O total de desempregados registados no País foi inferior ao verificado no mesmo mês de 2018 (61.902; -15,3%) e, no mesmo sentido, ao mês anterior (-8.070; -2,3%), sendo que os Açores (-20) acompanham a Madeira (-47) na diminuição percentual do desemprego face a Janeiro, enquanto que em termos homólogos, quase todas as regiões apresentam diminuições acima dos dois dígitos (o melhor é o Norte, com -17,4%), exceptuando a Madeira (-786; -4,5%) e, pior, o Algarve (-4,2%).
Uma última nota para referir que os desempregados registados na Madeira têm um peso de 4,8% no total do país, o que tendo por base o peso da população do arquipélago face à de Portugal (em 2017), estamos a falar de praticamente metade (2,4%). Ou seja, a Madeira e o Porto Santo apresentam actualmente um peso no desemprego nacional duas vezes maior do que o peso da população residente nas duas ilhas no dos residentes no país.
Diário de Notícias – 22/03/2019