A Secretaria Regional de Educação e Cultura faz, para o próximo ano lectivo 2008/2009, uma grande aposta nos jovens estudantes que estão em risco de abandonar, ou que já abandonaram, a escola antes de completarem 16 anos e de concluirem o 9.º ano de escolaridade. Como tal, passou dos 87 Cursos de Educação e Formação existentes no ano passado, para os 128 previstos para várias escolas da Região já a partir do próximo dia 22 de Setembro. Esta é uma oferta disponível em vários concelhos e irá abranger no próximo ano lectivo um total de 1.563. No âmbito do 2.º ciclo do ensino secundário, a oferta será de dois cursos de Nível I, sendo que no 3.º ciclo do ensino básico a abertura de cursos chega aos 79 que darão a certificação de Nível II. Já no ensino secundário, ou seja formação de Nível III, vão estar abertos 44 Cursos de Educação e Formação.
As áreas preferenciais dos estudantes são a Hotelaria e restauração, seguindo-se a Informática, a Gestão e Administração e por fim o Serviço Social.
Os Cursos de Educação e Formação destinam-se não só aos estudantes que em idade igual ou superior a 15 anos tenham abandonado ou se encontrem em risco de deixar a escola, bem como aos que depois de concluirem o 12.º ano de escolaridade queiram adquirir uma qualificação profissional para ingresso no mercado de trabalho.
Estes cursos, tutelados pela Secretaria Regional de Educação e Cultura, através da Direcção Regional de Educação e da Direcção Regional de Qualificação Profissional e é uma alternativa ao currículo regular. Além disso, contribui para a aquisição de um conjunto de competências, atitudes e comportamentos pessoais e profissionais vocacionados para a inserção no mundo do trabalho e faz com que os jovens que estejam em risco de abandonar a escola cumpram assim a escolaridade obrigatória, através de programas mais práticos e atractivos para esta faixa etária.
Os últimos indicadores apontam que o insucesso escolar na Região tem vindo a regredir substancialmente. Mesmo assim, é no 3.º ciclo do ensino básico que se regista uma taxa mais elevada de abandono escolar, por isso a aposta da Secretaria em aumentar a oferta de Cursos de Educação e Formação durante estes anos.
Os Percursos Curriculares Alternativos são outra solução para combater o abandono escolar. Esta é uma oferta educativa dirigida a alunos que, encontrando-se dentro da escolaridade obrigatória, apresentem insucesso escolar repetido ou em risco de abandono precoce. Estes currículos alternativos destinam-se aos alunos até 15 anos de idade, com problemas de integração na comunidade escolar, forte desmotivação, elevado índice de abstenção, baixa auto-estima e falta de expectativas relativamente à aprendizagem e ao futuro.
Neste âmbito, e no próximo ano lectivo, a Direcção Regional de Educação irá acompanhar 491 alunos nestes currículos alternativos, sendo que é no 6.º ano de escolaridade em que se concentra o maior número de estudantes, 223 alunos. No 5.º ano, haverá 196 crianças nos percursos curriculares alternativos. O oferta estende-se a várias escolas e a sete concelhos da Região, à excepção de Porto Santo, Porto Moniz, Ponta do Sol e Calheta.
Os últimos indicadores apontam que o insucesso escolar na Região tem vindo a regredir substancialmente, contudo os dados só serão aferidos nos Censos de 2011. Mesmo assim, é no 3.º ciclo do ensino básico que se regista uma taxa mais elevada de abandono escolar.
BREVES
Os últimos números disponíveis na página online da Direcção Regional de Educação, referentes ao ano lectivo 2006/2007, dão conta que a taxa de desistência no regime diurno nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico é mais elevada nos 7.º, 8.º e 9.º anos de escolaridade, ou seja, no 3.º ciclo, chegando a 1,6 por cento. No caso da frequência dos 5.º e 6.º anos de escolaridade, apenas 0,3 desistiu da escola. Já no âmbito das exclusões por faltas a taxa do 2.º e 3.º ciclo do ensino básico é de 1,4 por cento, sendo que os estudantes do sexo masculino são os que mais são excluídos dos estabelecimentos de ensino. A taxa de desistência nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico nas escolas públicas e privadas, no ano lectivo de 2006/2007 era de 2,5 por cento, o que dá um total de 469 estudantes que deixaram a escola. Daí a aposta da Secretaria Regional de Educação no aumento da oferta dos Cursos de Educação e Formação para fixar os jovens nos estabalecimentos de ensino.
No que concerne às taxas de transição e conclusão da escolaridade no ensino secundário, estas são mais elevadas no 11.º ano de escolaridade, chegano aos 86,1 por cento. Estes são números relativos ao ano de 2006/2007 de todas as escolas públicas e privadas na Região. Na altura, conseguiram transitar do 10.º ano de escolaridade para o 11.º, 81,8 por cento dos 2.746 estudantes que estavam inscritos nesse ano. Já no caso do 12.º ano, último ano de acesso às universidades, dos 3.031 estudantes que estavam inscritos nesse ano lectivo, apenas 1.842 alunos puderam candidatar-se ao ensino superior ou então ter a escolaridade concluída. A redução da taxa de transição no 12.º ano de escolaridade, que estava nos 60,8 por cento, deve-se em parte à realização dos exames nacionais.
Fonte: JM